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Oleg Almeida: poeta e tradutor
UM DIA
Um dia tecido de sol e de chuva,
eu dei pela pressa horrível do tempo
correndo só para correr,
sem açoite nem brida.
Um dia que não diferia de todos os outros,
cheguei a sentir que a Terra girava igual
às infames roletas, ali de Las Vegas:
de zero a zero.
Um dia que bem poderia chamar de feliz ou soturno,
fiquei revoltado de compreender
que jamais fora dono
da vívida vida.
Então no asfalto joguei o relógio
e disse comigo:
– Assim tá melhor!..
Esse dia notável pôs fim ao meu décimo sétimo ano.
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